Entrudanças 2015
Projeto
O Encontro de Tocadores consiste num evento de três dias que pretende juntar tocadores de instrumentos tradicionais de gerações distintas, fomentando a partilha de conhecimentos, repertórios e técnicas instrumentais. Deste modo, espera-se possibilitar a continuidade das tradições musicais de várias regiões de Portugal, Minho em particular, e da Galiza.

Este Encontro abrange sessões de trabalho entre músicos (oficinas de instrumentos), palestras, documentários, feira de construtores de instrumentos e bailes ao improviso, abertos ao público em geral.
Antecedentes

O Encontro de Tocadores surge na sequência de outros eventos, nomeadamente o I e II 'Encontro de Tocadores de Música Tradicional', realizados em Nisa em 2002 e 2003, e do 'Tocar de Ouvido', em Évora, dos quais a Associação Pédexumbo foi o principal promotor.
Em 2014, e contando agora com a Associação Coreto como parceira na promoção e organização do evento, reeditou-se esse espírito e modelo de Encontro de Tocadores, na vila de Caminha, contando com o apoio da sua Câmara Municipal.
Esses eventos proporcionaram o encontro entre tocadores de várias gerações e abrangeram instrumentos como a gaitas de foles, adufes, cante tradicional, concertinas, rabecas, violas campaniças, violas braguesa, violas da terra, cavaquinho, percussões e flautas tamborileiras.
Nos últimos anos, têm sido muitas as reflexões sobre as transformações na sociedade portuguesa, sobretudo aplicadas às práticas musicais no território português, que sofreram mudanças profundas e inevitáveis, devido a fatores como a transformação dos meios de produção, a migração para os meios urbanos ou a desertificação e envelhecimento dos meios rurais.

As práticas musicais são a expressão última da criatividade e das estratégias de mobilização social dos indivíduos, mas são também reflexo de como vivem, quem são, de onde vieram e para onde vão. Por isso mesmo, merecem uma atenção especial.
Essas iniciativas evidenciaram que a cultura musical de raiz tradicional em Portugal revela uma extrema necessidade de troca de informação e experiências entre todos aqueles que, unidos pela música, pertencem a diferentes gerações e vivências. Revelou ainda que o vasto património que constitui as práticas musicais tradicionais deve ser alargado a novas perspetivas, que atualmente se revelam.