Entrudanças 2016
Oficinas


Cante alentejano e harmónica de boca 
A importância que recentemente o cante alentejano adquiriu na sociedade portuguesa é evidente em muitos aspetos. O facto de ser considerado Património Imaterial da Humanidade, em 2014, ajudou este modo de cantar à capela a emancipar-se de uma conotação que o colocava numa dimensão regional de carácter mais simplista. A par disto, a viola campaniça emergiu do longo período de estagnação a que esteve remetida e a ligação de ambos passou a ser uma constante nestes últimos anos. Esta parceria, do cante com a viola, criou novos sentimentos de pertença assim como um ânimo generalizado dos projetos que a esta área dizem respeito, criando assim uma nova transmissão entre os cantadores e tocadores mais velhos e as gerações mais jovens.

A harmónica de boca foi instrumento bastante comum durante boa parte do século XX com o qual se tocou e compôs muita música popular. Contudo, ainda hoje, não raras vezes, não é visto como “tradicional” dado que sempre foi produzido em série e não existe a sua em Portugal. Contudo, a sua popularidade era tal que a marca alemã que dominava o mercado – a Hohner – produzia um modelo de harmónicas entitulado “O Fado Portuguez” que vinha embalado numa célebre caixa que, no rótulo, possuía uma lavradeira em trajes folclóricos. Esta imagem encontrava-se também gravada na chapa superior do instrumento. Como consequência desta particularidade, o modelo tornou-se apetecível para imensas crianças e transformou-se num ícone das gerações nascidas nas décadas de 1940 a 1960.  Nas cidades, vilas e aldeias, um pouco por todo o país, havia conjuntos com várias harmónicas que tocavam todos os estilos musicais: jazz, rock, música clássica, tradicional, entre outros. No caso particular do Alentejo, onde há localidades em que o instrumento é conhecido por “flaita de boca”, a sua popularidade foi relevante, em especial na área correspondente ao distrito de Portalegre onde, ainda hoje, perduram algumas orquestras fundadas nos meados do século XX. Tal como outras regiões, da qual se destaca o Ribatejo, na área a sul do Tejo a harmónica acompanhava a dança, em especial os bailes de terreiro. Estes bailaricos que muitas vezes decorriam em torno dos mastros eregidos para as festas, incluíam danças de roda e passodobles e acabaram por criar uma identidade muito própria nas danças do Alentejo.  Ao contrário do que acontece com a viola campaniça, por norma, a harmónica não era tocada com o cante dado tratarem-se de práticas distintas. Contudo é um desafio que se propõe para a presente oficina. Nela, os participantes terão a oportunidade de se juntarem à fusão do cante, das campaniças e da gaita-de-beiços ao lado de músicos que, no que a estas áreas diz respeito, possuem trabalhos peculiares. 

[ ± ] Biografias: Cante alentejano e harmónica de boca com Raul Mendes, António Caixeiro, Pedro Calado
Raul Mendes O músico Raúl Mendes é natural de Alvorninha, Caldas da Rainha. Iniciou a sua aprendizagem de teoria musical com o seu pai. Posteriormente, num acaso decorrido na sua infância, foi internado no Hospital Infantil de São Roque e aí interessou-se pela harmónica quando esta lhe foi mostrada por outra criança que também se encontrava internada. Posteriormente, foi aluno de Siegfried Sugg e Thilo Krasmann, dois alemães radicados em Portugal. Aliás, o segundo foi um acordeonista que se destacou na televisão e nas participações com bandas dos anos 60 e 70 portuguesas: Duo Ouro Negro, Simone de Oliveira, entre outros. Juntamente com Hermenegildo Mendes e José Peralta, Raúl Mendes fundou o conhecido Trio Harmonia em 1958 que mais tarde veio a ter as participações de Carlos Pais e José Correia. Este trio, entre 1962 e 1975, ganhou cinco campeonatos do mundo de harmónica. Mais tarde, em 1974, Raúl Mendes, na harmónica solo, junta-se às suas duas filhas, Ana Paula, na harmónica ritmo e Maria Luísa, na harmónica baixo e funda o famigerado Mendes Harmónica Trio que, além de vários LP’s, conquista mais três títulos mundiais.  António Caixeiro  Nascido em 1991 em Cuba, é um dos cantadores mais reconhecido da nova geração do cante alentejano. Aos quinze anos de idade integrou “Os Ceifeiros de Cuba”, um dos grupos mais conhecidos do Alentejo, acabando por se tornar solista. Para tal contribuiu o facto de ter formação na banda filarmónica da sua terra natal e ter crescido a ouvir os cantares de taberna.  Em 2012 fundou os Cant’Aí e, posteriormente, “A Moda Mãe”, com quem gravou dois discos em que participaram, entre outros, Janita Salomé, Julio Resende e Paulo Colaço. Em 2014 protagoniza uma passagem pelo grupo Adiafa, onde participou em vários concertos da formação e Integra o projecto “Mestre Cante” com Luis Espinho, Buba espinho, Paulo de Carvalho, Rui Veloso, Clara Palma, Rão Kyao, Zé Emidio, Cícero Lee, Tiago Oliveira e José Salgueiro.  Ainda nesse ano participa em Alentejo Cantado com Pedro Mestre, Luís Caixeiro, David Pereira entre outros cantadores e funda um dos grupos referência da nova geração do Cante alentejano, embalado pela inscrição do Cante na Lista Representativa do Património Imaterial, “Os Bafos de Baco”.  Em 2016 fundou também o projeto D’Empreitada juntamente com Luís Caixeiro, Antelmo Serrado, José Efigénio, António Caço e Rui Gonçalves. Pedro Calado Nascido em 1975, em Évora iniciou o seu percurso no cante alentejano aos 23 anos em duas formações: o Grupo de Cantares de Évora e o grupo “Os Almocreves”, na Amieira, Portel. Com o primeiro grupo participou em vários concertos e discos de artistas como António Zambujo ou a Ronda dos 4 Caminhos.  Na atualidade colabora regularmente com o Pedro Mestre.
Gaita-de-fole  Sendo um dos instrumentos mais peculiares do Ocidente Peninsular, ao longo dos séculos, a gaita-de-fole adquiriu funcionalidades variadas nas práticas musicais das festividades das cidades, vilas e aldeias de Portugal e da Galiza. Apesar das aculturações emanadas por uma globalização avassaladora, ainda hoje, é comum ver gaiteiros a tocar em grande parte do ciclo de cada festa, desde a preparação até ao término, desempenhando diferentes papéis: musicais, cerimoniais, religiosos e profanos. Na fase preliminar, juntamente com os fogueteiros, acompanham os festeiros nos peditórios, tocando à porta das casas dos fregueses para recolher os donativos. Não raras vezes, encabeçam os cortejos de oferendas. Festas há em que, durante vários dias, fazem alvoradas e arruadas, sempre a par do fogueteiro, para anunciar a aproximação da celebração principal. Nalgumas situações, chegado o dia, depois da alvorada, vão buscar os festeiros - juízes e mordomos- a casa e levam-nos, em desfile cerimonial até à igreja, para assistirem às celebrações litúrgicas. Em muitos casos participam tanto nas procissões religiosas como nos bailes profanos das festas. Nascidos na década de 1930, os gaiteiros convidados para esta oficina são portadores de um património imaterial musical único. As suas histórias, os repertórios que interpretam e que criaram ao longo das suas vidas são um manancial representativo da história da música dos dois lados da fronteira.  Esta oficina tem o apoio da Associação de Gaiteiros Galegos e da Associação Portuguesa Para o Estudo e Divulgação da Gaita-de-fole e é monitorizada pelo gaiteiro Henrique Fernandes. 
[ ± ] Biografias: Gaita-de-fole com José Maria Fernandes, Júlio Vazquez Carril, Henrique Fernades
José Maria Fernandes  Nasceu em Urrós, Miranda do Douro, a 15 de Abril de 1934. Filho e sobrinho de dois conhecidos gaiteiros do Planalto Mirandês, é um dos mais expressivos gaiteiros de Portugal. A sua técnica de execução instrumental é reveladora de um registo com pormenores peculiares. Quem tem a oportunidade de assistir às suas actuações, não fica alheio ao seu modo de tocar.  A sua gaita-de-fole é um instrumento com um registo sonoro único, bem conhecido entre os gaiteiros portugueses e da zona raiana do Leste Transmontano, desconhecendo-se o construtor, bem como o ano de construção. Julio Vázquez Carril  Nasceu a 1 de Outubro de 1936 em San Miguel, paróquia de Maroxo, no concelho de Arzúa (Galiza). Aos oito anos começou a tocar flautas de pã, feitas com palhas de centeio, até que aos catorze anos conheceu Basílio Carril (1914-1974) conhecido construtor de gaitas, que lhe construiu uma gaita-de-fole. Começou a tocar gaita no quinteto "Os Gaiteiros de Vilantime", acompanhado de dois clarinetes, caixa e bombo. Anos depois tocou acompanhado pelo seu irmão Manolo, também gaiteiro. Tocou em romarias, nos foliotes, no Entrudo e cantando os Reis. No ano de 1965 deixa praticamente de tocar gaita. Quase em finais do século XX, Julio tomou uma gaita-de-fole construída pelo seu vizinho e construtor de gaitas Manuel García Rivadulla e voltou a tocar as melodias da sua juventude. Julio toca com uma digitação fechada, que chegou conservada até aos nossos dias com poucas variações em quase todos os gaiteiros tradicionais das comarcas da Arzúa e da Terra de Melide - o que atesta um grande valor etnográfico e musical.  Henrique Fernandes – Monitor Henrique de Jesus Fernandes nasceu em 1970, em França. Militar de carreira, frequentou o curso de Engenharia Electrotécnica no Instituto Superior Técnico de Lisboa. Fez a sua formação musical, tendo como base o instrumento de flauta transversal, no Conservatório de Música de Vila Real, onde viria a dar aulas do curso livre de gaita-de-foles. Fundou o grupo de música mirandesa, Lenga Lenga – Gaiteiros de Sendim. Descendente, em quarta geração, da família mais antiga de gaiteiros tradicionais da terra de Miranda, mantém-se fiel às técnicas de digitação desenvolvidas pelos seus antecedentes que, transversais a três séculos, perduram até aos dias de hoje. Frequentou vários cursos de construção de palhetas para gaitas-de-foles galegas, fagote e oboé, tornando-se, assim, o único português a construir palhetas e palhões para gaitas-de-foles mirandesas bem como para outros modelos usuais. Tem a particularidade de já ter tocado com grupos de pauliteiros dos três concelhos que formam o Planalto Mirandês: Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.
Danças Mirandesas Miranda do Douro possui uma identidade peculiar no panorama cultural português e, não raras vezes, potencia-a através da sua música e das suas danças. A maior singularidade do planalto mirandês são as danças de pauliteiros. Todavia, além destas, há um outro conjunto de danças, músicas e cantares que não deixam de ser também eles impares no panorama musical português.     Nesta oficina os participantes são convidados a aprender e praticar danças mistas de terreiro, as preferidas dos bailes mirandeses (Jota, Fandango, Repasseado, Bicha), as danças com coro (Senhor Galandum, Pingacho, Ligas Berdes, Redondo, Fraile Cornudo, Cirigoça) e alguns jogos de roda os preferidos das crianças e adolescentes (Jogo da cadeia, Rapazes e Raparigas, Limão verde). 
[ ± ] Biografias: Danças Mirandesas com Susana Ruano
Crescida em Duas Igrejas, Miranda do Douro, rodeada da espontaneidade cultural que se vive em Terras de Miranda, a qual fez parte da sua educação de uma forma muito activa. Os primeiros passos no mundo das danças Mirandesas foram dados desde muito cedo. Dançar fazia parte das brincadeiras de rua com os amigos assim como da catequese e da escola onde integrou vários grupos de dança. Ao 14 anos fez parte da reativação do Grupo Folclórico Pauliteiros de Miranda - Duas Igrejas, com o qual participou em vários festivais de folclore nacionais e internacionais. Foi neste grupo que, durante 7 anos, desenvolveu os seus conhecimentos no que toca à cultura musical mirandesa e as suas danças. Em 2004, desafiada pela organização do Festival "L Burro i l Gueiteiro", mais concretamente pelo Paulo Meirinhos, dá a sua primeira oficina de danças mirandesas, repetindo-a em todas as edições seguintes. Com o intuito de aprofundar os conhecimentos, participou em várias formações de danças tradicionais portuguesas e castelhanas e efetuou sempre o registo das mesmas junto de gente mais velha.
Regueifa e Fado ao Desafio Tanto o fado como os cantos galegos têm em comum a particularidade de, no século XIX, terem deambulado nos territórios do ocidente peninsular nas bocas e instrumentos dos cegos mendicantes. Nesse período não diferiam muito um do outro, se é que havia alguma distinção. Em Portugal, a guitarra portuguesa foi, sem dúvida, o instrumento de excelência dos mendigos e vendedores de folhetos da literatura de cordel nos séculos XIX e XX. Na Galiza foi a sanfona. Embora este instrumento tenha existido em Portugal, a sua prática extinguiu-se precisamente nas mãos destes pedintes nos inícios do século XX sem qualquer registo sonoro. O mesmo não aconteceu na Galiza. Devido  a um conjunto  de diversos registos sonoros e etnográficos, pôde ser recuperada e a sua prática musical teve grande continuidade e aceitação na segunda metade do século XX. Nos dois lados da raia os cegos músicos também se dedicaram às cantigas ao desafio e ao improviso o que, quando bem executado, lhes trazia fama e proveito. Aliás, está confirmado que muitos deles, ao longo das suas vidas de itinerância, nunca deixaram de cruzar regularmente esta fronteira. São dois géneros musicais com    étimos em comum.   A oficina tem como objetivo a partilha das técnicas de improviso da regueifa e do fado ao desafio (estrutura, métrica e técnicas de utilização do vocabulário de escárnio, entre outros pormenores) da sanfona, do violão e da guitarra portuguesa. Qualquer interessado nestes cantos ou instrumentos pode participar ou assistir gratuitamente aos dois dias de oficina mediante inscrição
[ ± ] Biografias: Regueifa e Fado ao Desafio com Alba Maria, José Francisco Sousa Costa (o "Xaranga"), José Paiva, Ivan Costa,  e João Cardoso
Regueifa e fado ao desafio Tanto o fado como os cantos galegos têm em comum a particularidade de, no século XIX, terem deambulado nos territórios do ocidente peninsular nas bocas e  instrumentos dos cegos mendicantes. Nesse período não diferiam muito um do outro, se é que havia alguma distinção.  Em Portugal, a guitarra portuguesa foi, sem dúvida, o instrumento de excelência dos mendigos e vendedores de folhetos da literatura de cordel nos séculos XIX e XX. Na Galiza foi a sanfona. Embora este instrumento tenha existido em Portugal, a sua prática extinguiu-se precisamente nas mãos destes pedintes nos inicíos do século XX sem qualquer registo sonoro. O mesmo não aconteceu na Galiza. Devido  a um conjunto  de diversos registos sonoros e etnográficos, pôde ser recuperada e a sua prática musical teve grande continuidade e aceitação na segunda metade do século XX.  Nos dois lados da raia os cegos músicos também se dedicaram às cantigas ao desafio e ao improviso o que, quando bem executado, lhes trazia fama e proveito. Aliás, está confirmado que muitos deles, ao longo das suas vidas de itnerância, nunca deixaram de cruzar regularmente esta fronteira. São dois géneros musicais com    étimos em comum.   A oficina tem como objetivo a partilha das técnicas de improviso da regueifa e do fado ao desafio (estrutura, métrica e técnicas de utilização do vocabulário de escárnio, entre outros pormenores) da sanfona, do violão e da guitarra portuguesa. Qualquer interessado nestes cantos ou instrumentos pode participar ou assistir gratuitamente aos dois dias de oficina mediante inscrição Alba María  Nascida na ilha de Gran Canária, em 1995, é uma cantora, compositora e regueifeira galega. Aos treze anos começou a estudar acordeão no Conservatório de Vigo e inicia-se no mundo da música tradicional galega, desenvolvendo uma intensa actividade como improvisadora oral, no género da regueifa, onde ganhou vários concursos na Galiza. Com dezoito anos venceu o I Certame de Canción de Autor Concello de Teo (Galiza), a partir do qual teve a possibilidade de gravar o seu primeiro disco: “Aínda”, editado pela aCentral Folque em 2014. Nesse ano foi uma das artistas revelação do panorama galego.  Actualmente é aluna de canto na Escola Livre da MPG (aCentral Folque) e frequenta o 1º ano na Escola de Música Popular Avanzada. Realiza também estudos de Filologia Galega na Universidade de Santiago de Compostela.   O “Xaranga” José Francisco Sousa Costa, conhecido no meio do fado como o “Xaranga”, é natural de Santo Tirso. Nascido em 1945, começou a cantar fado aos sete anos acompanhado de guitarras portuguesas sob o nome de “Joselito”. Entretanto, na escola e por brincadeira com os amigos, começou a fazer quadras repentistas. Tal como é costume na sua terra natal, aos nove anos já cantava as janeiras de improviso acompanhado por músicos mais velhos. Autor da música e letra dos temas que interpreta, formou sete grupos musicais onde teve sempre como ponto de honra cantar os seus originais. Nos meandros do fado é conhecido pela autoria de letras humorísticas e pela capacidade de improviso.  Iván Costa Este músico desde cedo que se interessou pela sanfona, estudando o instrumento com o mestre Anjo Pintos na E-Trad de Vigo. Todavia não deixa de ser um conhecido gaiteiro galego que fez a sua formação com o professor Nazario González (Moxenas). Além do seu CD, "Ávrego", editado pela Cumio em 2006, tem colaborado em vários trabalhos discográficos dos quais se destacam: "As Viaxeiras da Lúa" da TV Galiza; "Galiza e as Cantigas de Santa María" com Antoni Rossel (2006); Fiandola "Bricania" (2004) e os quatro discos da orquestra folque Sondeseu "Mar de Vigo" (2004), "Trastempo" (2007), "Barlovento" (2010) e "Danzas Brancas" (2013). Com Xabier Díaz colaborou em "Coplas para Icía" (2007) e foi incluído no recompilatório de solistas "Sanfonices" (2012). Participou no espetáculo de música e dança Bruma, do qual se aguarda uma edição em versão DVD. Recentemente dedicou-se às músicas para bailes de outras culturas através da colaboração no grupo OBAL sem, no entanto, deixar de estar vinculado à música tradicional galega com o grupo Taghaitaí com quem prepara o CD "Sete parroquias".  José Paiva João Cardoso Nasceu em 1950 em Vila Nova de Famalicão. Cresceu a ouvir o pai tanto a cantar à capela como o fado. Aos dezasseis anos dedicou-se a aprender violão com um vizinho. Tocou diversos géneros musicais mas foi com o fado que mais se identificou. No seu percurso participou em vários projetos musicais como são exemplo o do fadista Zé Perdigão ou o do conhecido guitarrista Carlos Macedo, seu conterrâneo.
Oficina de violas de arame Dedicada a um dos patrimónios musicais mais interessantes do território português, esta oficina possui a particularidade de juntar alguns dos amantes das violas de arame do continente. Os diferentes modelos do continente e ilhas além das cordas em arame possuem em comum os toques rasgados e os ponteados com os dedos indicador e polegar.  Nesta oficina serão partilhadas diferentes modas do Alentejo e do Entre Douro e Minho assim como as diversas afinações mais utilizadas nestes instrumentos. Os interessados poderão trazer um cordofone qualquer e participar na oficina durante os dias 4 e 5 de junho.  Violas Amarantinas estarão disponíveis para os que quiserem participar nesta oficina e não tenham viola. 
[ ± ] Biografias: Violas de Arame com Pedro Mestre na viola campaniça, Eduardo Costa na viola amarantina e Luís Silva na viola braguesa
Pedro Mestre Natural da Aldeia da Sete (Castro Verde), tem dedicado a sua vida às práticas musicais alentejanas. Desenvolve vários projetos enquanto cantor, tocador e construtor de viola campaniça, instrumento que aprendeu a tocar com os mestres Manuel Bento e Francisco António. É fundador e ensaiador de grupos corais alentejanos; integra projetos musicais a nível nacional e internacional; dinamiza o projeto “Cante nas Escolas”, direcionado para os alunos 1.º ciclo do ensino básico; é colecionador de instrumentos musicais tradicionais, nomeadamente cordofones; e tem-se dedicado ao registo do património cultural imaterial relacionado direta ou indiretamente com estas práticas musicais. Eduardo Costa Professor de educação visual e educação tecnológica, Eduardo Costa dedica-se à viola amarantina desde a criação do "Propagode, Associação Cultural e Musical", em 2011. Além dos trabalhos desta coletividade, onde tem promovido o ensino da viola amarantina a jovens e adultos, a nível individual possui o projeto "Viola Amarantina - Apaixona-te de Novo". Luís Silva Natural da cidade de Braga, toca viola braguesa e cavaquinho desde os onze anos. Licenciado em medicina nunca se desligou da música, sendo presença assídua na oficina do conhecido construtor Domingos Machado, de Tebosa. Participou no Grupo Folclórico de Professores Sinos da Sé e leccionou cavaquinho na Companhia da Música em Braga durante quatro anos.
Oficina / concerto de cantigas de embalar  Xavier Blanco é um músico reconhecido por publicar trabalhos musicais relacionados com a dimensão ancestral da música tanto na infância como na ligação direta desta com a natureza. O seu concerto mais não é do que um reencontro das cantigas de embalar com a sua funcionalidade quotidiana, desta feita com técnicos de saúde pediátrica. Trata-se de uma sessão destinada a adultos que reproduz os modos antigos de adormecer bebés. Neste contexto, na hora da sesta, o momento ideal para viver e reviver a experiência, recorrendo a sons bocais e corporais, o músico ensina os presentes a trabalhar conscientemente as diferentes fases do processo de acompanhamento e amparo das crianças de tenra idade. 
[ ± ] Biografia: Oficina / concerto de cantigas de embalar com Xavier Blanco
Xavier Blanco  Este mestre gaiteiro é também artesão e técnico em cultura tradicional. Dirige a Escola da Música tradicional do Concelho de Moaña. Foi professor e mestre de gaiteiros como Xosé Manuel Budiño, Anxo Lorenzo e Iván Costa. Publicou os trabalhos discográficos a “Gaita de Cana de Moaña”, “Instrumentos Pobres” e “Gaitas Troncais” e trabalhos de investigação em “A Cadea Crítica dos Instrumentos”, "Os Traballos da Pel Secada”, “Como Facer Palhetas e Pallóns”, “Toques Asubíos e Cantores”, “Lei Natural” e “O Gaiteiro Verde”.
Qualquer interessado nestas oficinas pode participar ou assistir gratuitamente mediante inscrição